2022 foi o ano que voltei a ir no cinema. Pra falar bem a verdade, eu ia bem pouco. Apesar de assistir muito filme, em casa ou na faculdade, só senti a necessidade da sala de cinema depois de ser obrigada a ficar sem ela.
E pra falar mais verdade ainda, não sou tão engajada na sétima arte, mas adoro acompanhar os babados das premiações, as longas discussões de quem deveria ser o melhor e os looks do tapete vermelho. É uma experiência completa.
Em março de 2022, desempregada e com muito tempo livre, fui assistir Belfast, numa quarta-feira a tarde, sem saber que o filme era em preto e branco. Na mesma semana, assistir Passing, dessa vez sabendo que era em preto e branco.
Antes de ter me levado para uma análise fílmica, algo que estudei muito e que é a minha parte favorita do cinema, me levei de volta ao começo da minha fotografia, em que tudo era preto e branco.
Eis que saiu isso:
Logo que comecei a estudar fotografia, entrei com tudo no preto e branco – ou eu já pensava no p&b na hora do clique ou era a única opção, quando estava experimentando no analógico.
Com o tempo e os assuntos que passei a fotografar, deixei essa intencionalidade de lado, a ponto de realmente parar.
Assistir dois filmes em preto e branco me fez lembrar desse lugar que explorei com tanta inocência, a ponto de escrever quinze páginas sobre fotografia em preto e branco para uma disciplina do primeiro ano.
Resgatar essas palavras e essas imagens me lembra, mais uma vez, que estilo e repertório estão em constante construção, mesmo quando eu tenho certeza que já cheguei lá.
"A fotografia em preto e branco é impactante porque, em primeiro, ela brinca com as luzes e sombras. Nela fica evidente a presença de cada um desses elementos, permitindo delinear as formas, ressaltar texturas.
Além disso, a fotografia em preto e branco trabalha com a imaginação de quem a observa. Enxergar o mundo em preto e branco não faz parte da realidade humana, assim, possibilita-se uma abstração dessa realidade.
A cor, em questões de conteúdo, não significa nada, apenas acrescenta a questão do realismo, uma vez que a informação não é condicionada pela cor.
O preto e branco permite que quem olha a foto, imagine as cores da cena, abrindo para diferentes interpretações de uma mesma foto e suas abstrações."
trecho de um artigo que escrevi em 2017, analisando as fotografias do fotógrafo Alan Schaller.
texto publicado no meu instagram em março de 2022
Quase um ano depois e já é temporada do Oscar de novo!
Na última edição, indiquei Aftersun INJUSTIÇADO que levou indicação de Melhor Ator com Paul Mescal O MAIOR QUE TEMOS!
Para ver outra performance impecável do homem, assista Normal People, papel que o fez ser indicado ao Emmy e levar o BAFTA de Melhor Ator em Televisão.
“Marianne, eu não sou uma pessoa religiosa, mas, as vezes, penso que Deus fez você pra mim.”
Ainda na temporada Oscar, assisti, depois de muito enrolar, Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo. Aparentemente, todo mundo odeio o filme agora, mas posso te dizer que é uma experiência divertidíssima e que toca numas feridas, hein.
Tire suas próprias conclusões!
O que você está assistindo por aí?
Nos vemos em breve! Um beijo!
Eu amo a fotografia em PB porque consigo ver o que não veria com as cores: detalhes de texturas, sombras e penumbra!
Eu fiz o caminho contrário com Normal People, assisti e depois li. Não dava pra imaginar ninguém no lugar do Paul Mescal.
Pois é, depois da indicação descobri um monte de gente falando mal. Mas eu adorei e acho que leva melhor filme (apesar da minha torcida ser para The Fabelmans).
Amo fotografia em preto e branco, principalmente por mexer com a minha imaginação, sempre imagino as tonalidade que seria se tivessem em cores... Sobre Paul Mescal AMO! O conheci quando assisti Normal People, e fiquei muito feliz, porque ele conseguiu ser exatamente como eu imaginava que seria quando li o livro. Estou num momento de podcast por aqui hahahaha...mas já tenho algumas coisas separadas para assistir, a adaptação de A vida mentirosa dos Adultos, da Elena Ferrante, na Netflix ( apesar de ter ouvido que a adaptação não ficou tão legal) e Já tem umas 2 noites que tento assistir Desonra, baseado no livro Desonra do J. M. Coetzee, que amei demais e me disseram que filme, faz jus ao livro.
Ah...e assisti o filme Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo, no final do ano passado e foi uma experiência emocionante, e eu nem sabia que todo mundo agora odeia....rsrs