30. eu vi o teatro lotado
Entrei no Feverestival em 2022, um amigo me indicou para a equipe de comunicação e foi meu primeiro trabalho grande pós-pandemia, de volta as ruas e com uma equipe que eu só conhecia de ver nos corredores da faculdade. Foram boas semanas de trabalhando, me entendendo de volta ao trabalho e meu desejo de me envolver com arte e cultura. O Feveres de 2022 foi o respiro que eu precisava para voltar. Conto mais disso aqui:
Em 2023, a história foi parecida, ao mesmo tempo que foi tudo diferente. Já estar familiarizada com a estrutura, com a equipe e ter mais clareza de como quero trabalhar com arte e cultura, fez esse processo ser mais tranquilo e me permitiu aproveitar melhor esses dias. Mesmo que eles tenham passado como um furacão por mim.
Entre a última semana de julho e a primeira de agosto, eu vi o teatro lotado. Por uma semana, eu vi as pessoas chegando, escolhendo seus lugares, se ajeitando na cadeira e se preparando para ter contato com o palco. Vi as emoções passando por suas faces — as lágrimas, os risos, às vezes, tudo ao mesmo tempo. Para que o teatro ficasse lotado, tínhamos pessoas correndo no camarim, na técnica, nos restaurantes, na rua.
Foram 50 trabalhadores da arte e da cultura atuando diretamente em lotar o teatro em 24 ações diferentes: residências artísticas, espetáculos, pontos de encontro, shows de música, mostra de curta. Além dos 50 profissionais ligados ao festival, tivemos 120 trabalhadores dos grupos de artistas que se apresentaram, totalizando 170 pessoas movendo-se para lotar o teatro.
A arte e a cultura geram empregos. Conexões e encontros. Histórias para serem contadas e recontadas. E por gerarem emprego, dão um trabalho! São meses de planejamento, corridas contra o tempo, ajustes de orçamento e decisões daquilo que é mais urgente a ser feito. Com isso, tive o prazer e a oportunidade de trabalhar ao lado de pessoas maravilhosas, que se unem em suas vivências e contextos para comunicar com que não costuma ir ao teatro e ter a chance de estar em uma daquelas cadeiras.
Falei para todo mundo que passou por mim naquela semana que a Equipe de Comunicação do Feveres foi incrível e entregou tudo e mais um pouco. Com poucas semanas antes do festival, tivemos uma reunião em que olhamos para as muitas demandas que tínhamos, temendo não ter o tempo e nem as mãos suficientes para carregar tudo que precisava ser feito. Depois de alguns minutos de silêncio no Meet, começamos a nos dividir, a propor soluções práticas e — mais importantes — possíveis e assim nos carregamos por essas semanas intensas de trabalho.
Nas muitas conversas que tive com diferentes pessoas da equipe, sempre tocamos no assunto de que o dinheiro não era o que estava nos movendo ali — ele é essencial em nossas vidas, mas em alguns momentos, fazemos nosso trabalho porque acreditamos na potência que aqueles encontros podem ter na vida das pessoas — e como, de pouco em pouco, esses encontros podem gerar transformação na comunidade e na sociedade. Afinal, nosso trabalho fez com que 3 mil pessoas passassem pelo teatro entre a última semana de julho e a primeira de agosto.
É claro que a gente também trabalha com muito humor, histórias, danças, pequenos desesperos e que tudo isso acaba virando história para contar. Tudo isso vira um sonho na vida real.
Obrigada por esse sonho, 17° Feverestival — Festival Internacional de Teatro de Campinas. Logo a gente se vê de novo.
Os fãs clamam pela volta de em processo e eu digo que está voltando e com mudanças. Logo conto mais.
Te vejo daqui a pouco!