Nos últimos dias fui invadida pela sessão nostalgia quando vi que Dance Academy estava para sair de um streaming. Eu devia ter uns 13 ou 14 anos quando vi na televisão, essa série australiana que acompanhava adolescentes em — atenção — uma academia de dança.
Me lembrava de buracos da história e mais das cenas de dança. Na verdade, me lembrava de um personagem específico, Sammy, e foi porque a morte dele na série foi uma das primeiras que vi na televisão — eu não assistia Grey’s Anatomy nessa época.
Olhar para essa série com os olhos de agora foi uma experiência engraçada. Primeiro, porque a qualidade da produção é questionável — desde atuações até filmagens. Mesmo assim, consegui me apegar novamente aos personagens, rir e chorar (e chorei, porque a morte do Sammy é DESUMANA).
Depois percebi o quão essa série reflete, de forma inconsciente, em quem eu sou agora — seja porque eu gostei das histórias ali contadas e hoje consuma semelhantes, seja porque alguns tipos de personagens me tocam e me comovem até hoje, seja porque até hoje olho para dança de forma distante e curiosa.
Já faz uns anos que descubro, aos poucos, meus encantos pela dança, de um lugar mais distante. De quem vê, compõe, clica, edita. Vejo movimentos de braços, pernas, troncos, cabeças. Vejo olhares que se cruzam, pontas de dedos que se tocam, pés que pulam e que chegam de volta para o chão. Vejo sutilezas e dores, traduzo-as em cores e luzes.
Dançando junto e de longe.
Essas fotos são, respectivamente:
(1) e (2) Aulão aberto com Giuli Lacorte, DACO, 2017
(3) e (4) Abertura de processo do Núcleo 600mg, DACO, 2018
Obrigada pela leitura e até breve!